terça-feira, 10 de maio de 2011

BEATIFICAÇÃO DE JOÃO PAULO II

Após o anúncio da bea-tificação, em Janeiro, o cardeal Amato ad-mitia, em entrevista à «Rádio Vaticano», que o proces-so de santificação de João Paulo II tinha sido mais rápido que o normal. Desde logo, por ter sido dispensado da regra que obriga a esperar cinco anos após a sua morte para a abertura do mesmo. Citado pelo jornal francês «La Croix», Amato acrescentava que o anterior Papa tinha beneficiado de uma «via prioritária», evitando a «lista de espera» habitual. Apesar das vozes críticas, que continuam a manifestar-se, logo a 28 de Abril de 2005 (João Paulo II morrera dia 2), o novo Papa, Bento XVI, decidiu autorizar a abertu-ra dos procedimentos em ordem à beatificação do seu antecessor, convicto da santidade de Wojtyla. O processo foi formalmente ini-ciado dois meses depois, a 28 de Junho, e durou apenas dois anos. Um tempo curtíssimo, consi-derando todos os textos, docu-mentos e escritos que, nestes ca-sos, são sempre analisados. Ora, falando apenas dos documentos mais importantes, Wojtyla publi-cou 14 encíclicas e uma centena de outros textos apostólicos, fez mais de mil audiências gerais, pronun-ciou além de três mil discursos, além de outros textos, cartas e in-tervenções. Ou seja, há uma obra imensa que, em circunstâncias normais, levaria vários anos a in-vestigar. O processo, de qualquer modo, foi uma «confirmação da total transparência» da vida de João Paulo II e da «sua coerência, ener-gia, entusiasmo, profundidade e natureza», como dizia o padre Sla-womir Oder, postulador da causa de beatificação, e cujo livro, «João Paulo II Santo», está publicado em português. O postulador defende o Papa Wojtyla dizendo que «ele sabia escutar e aceitar a crítica», sem renunciar às suas posições, quer nos anos difíceis na Polónia, quer diante da «incompreensão da opinião pública predominante nos anos do seu pontificado». Para a rapidez do processo, va-leu também um milagre rápido.

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