A África do Sul celebrou, quarta-feira, 27, o Dia da Liberdade, que marca o 17º aniver-sário do advento da democracia constitucional no país após várias décadas de apartheid. O Congres-so Nacional Africano (ANC, no poder) rendeu homenagem aos numerosos heróis da luta que pa-garam com as suas vidas para que o resto do país possa usufruir da democracia.O partido mencio-nou particularmente os nomes de Chris Hani, Oliver Tambo, Dulcie September, Ruth First, Vuyisile Mini, Solomon Mahlangu «e um número incalculável de valentes – alguns dos quais foram sepulta-dos numa terra estrangeira». «Os nossos heróis mortos no campo de honra - que combateram igual-mente pela libertação de outros países africanos - imprimiram não apenas uma marca indelével na nossa luta pela liberdade, mas também deixaram uma herança que as autoridades actuais devem tomar como modelo», indicou. «O lançamento com êxito pelo ANC da ofensiva maior contra a tirania do apartheid, que cul-minou finalmente na eleição de Nelson Mandela como primeiro Presidente democraticamente eleito do país, pode ser atribuído à luta entusiasta e heróica reali-zada pelo povo sul-africano. Para este fim, eles sujeitaram a prisão, a perseguição e a morte», lem-brou o porta-voz do ANC, Jack-son Mthembu, citado pela agência Pana. Segundo ele, a constituição sul-africana, que garante a Liber-dade de Expressão, de Associa-ção e de Imprensa, entre outros, fez do país um modelo mun-dialmente reconhecido, reforça-do por uma cultura de Direitos Humanos totalmente garantida. «Apesar de haver ainda casos de violações de Direitos Humanos, estamos satisfeitos que estes úl-timos, nomadamente o recente assassinato do activista Andries Tatane, em Ficksburg, são trata-dos eficazmente pelo nosso Siste-ma Judicial. Estamos igualmente orgulhosos da nossa democracia multipartidária, que garante a re-alização de eleições a cada cinco anos em que os cidadãos elegem livremente um novo Governo no poder por intermédio das urnas. Comparada à situação em vários países sob o jugo de ditadura, é completamente diferente», con-cluiu
Após o anúncio da bea-tificação, em Janeiro, o cardeal Amato ad-mitia, em entrevista à «Rádio Vaticano», que o proces-so de santificação de João Paulo II tinha sido mais rápido que o normal. Desde logo, por ter sido dispensado da regra que obriga a esperar cinco anos após a sua morte para a abertura do mesmo. Citado pelo jornal francês «La Croix», Amato acrescentava que o anterior Papa tinha beneficiado de uma «via prioritária», evitando a «lista de espera» habitual. Apesar das vozes críticas, que continuam a manifestar-se, logo a 28 de Abril de 2005 (João Paulo II morrera dia 2), o novo Papa, Bento XVI, decidiu autorizar a abertu-ra dos procedimentos em ordem à beatificação do seu antecessor, convicto da santidade de Wojtyla. O processo foi formalmente ini-ciado dois meses depois, a 28 de Junho, e durou apenas dois anos. Um tempo curtíssimo, consi-derando todos os textos, docu-mentos e escritos que, nestes ca-sos, são sempre analisados. Ora, falando apenas dos documentos mais importantes, Wojtyla publi-cou 14 encíclicas e uma centena de outros textos apostólicos, fez mais de mil audiências gerais, pronun-ciou além de três mil discursos, além de outros textos, cartas e in-tervenções. Ou seja, há uma obra imensa que, em circunstâncias normais, levaria vários anos a in-vestigar. O processo, de qualquer modo, foi uma «confirmação da total transparência» da vida de João Paulo II e da «sua coerência, ener-gia, entusiasmo, profundidade e natureza», como dizia o padre Sla-womir Oder, postulador da causa de beatificação, e cujo livro, «João Paulo II Santo», está publicado em português. O postulador defende o Papa Wojtyla dizendo que «ele sabia escutar e aceitar a crítica», sem renunciar às suas posições, quer nos anos difíceis na Polónia, quer diante da «incompreensão da opinião pública predominante nos anos do seu pontificado». Para a rapidez do processo, va-leu também um milagre rápido.